Por que Deus criou o Carnaval


O Carnaval do professor João Carlos que não teve quarta-feira de cinzas. Ao seu lado, a esposa Alenita,  companheira de bailes, fantasias e 'palhaçadas'.



Deus teve pena do ser humano e viu que estava sendo muito severo. Foi, então, que decidiu criar o Carnaval.

Disse o Senhor: "O fardo é pesado. A luta é incessante. Permiti que minha melhor obra padecesse das dores do mundo. Vou criar a mais doce ilusão de felicidade para sempre, durante quatro dias".

E Ele nos deu essa colher de chá e, com ela, o desejo frustrado de que os outros 361 dias do ano sejam de mais sorrisos e o mundo seja mais leve e o ser humano menos limitado.

Nesse período do ano, Deus é até mais condescendente com o pecado e dá uma espécie de green card à humanidade.

No fundo, Ele reconhece que, por algum erro de fabricação, a violação dos interditos é a natureza mais intrínseca de sua criação.

Sempre foi, desde que Adão e Eva comeram a maçã da árvore do conhecimento. Por isso, Ele faz vista grossa.

Conheci a história de um senhor que morreu vestido de palhaço,  num baile de Carnaval. Bem no meio do salão. Sem grito, sem dor, entre confetes,  paetês, lantejoulas e purpurina.

Encerrou da melhor forma possível uma trajetória de muitos Carnavais, fantasias e brincadeiras.

Creio que Deus gostava muito desse homem. Mas, muito mesmo porque lhe presenteou com um Carnaval sem o duro retorno à realidade da quarta-feira.

Cara de sorte esse.

Para os demais que não gozamos do privilégio de ter caído na simpatia do Criador, só resta nos conformar com as cinzas e nos agarrar à expectativa do próximo Carnaval e, mais uma vez, varrermos o peso da existência para debaixo do tapete e sermos, provisoriamente, felizes para sempre.

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