Quem ama não invade.
O corpo, o pensamento e os desejos do outro são sagrados. O universo íntimo de cada um com os traumas, complexos e medos a cada um pertence. Portanto, só entre nesse terreno se for convidado e mesmo assim tire as sandálias em sinal de respeito.
Nenhuma história de vida é igual. As experiências têm pesos e valores diferentes para cada um. E, na maioria das vezes, não temos ideia das dificuldades que a outra pessoa enfrentou, dos leões que ela mata todos os dias e das feridas que esconde.
Então, é importante respeitar alguns silêncios, principalmente, se vierem de quem amamos, e compreender as escolhas de cada um, ainda, que pareçam fora de moda, excêntricas ou de mal gosto.
Temos o péssimo hábito de tratar como comédia ou objeto de curiosidade o que pode ter um significado muito sério para alguém porque nos falta o tato de que o particular é sagrado.
As senhas são sagradas, as conversas no whatsapp, os limites físicos e psicológicos; alguns segredos são sagrados.
A obesidade, o botox, o rosto com acne, o emprego que o cara ainda não arranjou, o noivado que não vira casamento, o casal que não engravida, a vida sexual do vizinho... sagrado é o terreno sobre o qual não somos dignos de pisar.
Indiscrições machucam. Ferem. Violentam psicologicamente.
Apesar dos facebooks e nudes, câmeras, celulares e Big Brothers, a privacidade, ainda, é um direito e não há prova de fineza e de carinho maior do que preservá-la no outro.
O mínimo que se pode fazer ao ser convidado para participar da intimidade de alguém é agradecer a confiança, sentir-se honrado e ser mais um a zelar pelo que lhe foi confiado.
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Muito bom o texto! Conteúdo interessante. Bj
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