Mais amor, menos pornô

Rita Hayworth, no filme Gilda (1946)




A primeira vez que ouvi falar em Rita Hayworth foi numa aula de literatura, no colégio. O professor comentou que ela teria protagonizado uma das cenas mais sensuais de todo o cinema, desnudando os braços.

Uma piada para uma geração que consome a nudez e o sexo explícito, na internet, muitas vezes, incentivada pelos próprios pais, como estímulo e garantia de virilidade.

Geisy Arruda decidiu fazer a cirurgia estética na vagina, depois que um parceiro comparou sua genitália a uma couve-flor. Fico me perguntando que padrão de vagina agrada a esse cara. Talvez, as que ele encontra em imagens produzidas pela indústria pornográfica.

Apesar de homens e mulheres como Geisy e seu ‘peguete’ (com todo respeito), existem pessoas como esse professor de literatura (não me pergunte como o assunto de Rita Hayworth entrou em pauta na aula), que enxerga uma sensualidade imensamente maior do que, apenas, uma vagina.

Conheci um rapaz fissurado em pés femininos. Ouvi de outro rapaz, que mulher usando óculos de grau é sensual e prendendo um coque no alto da cabeça com uma caneta, também.

O que eu quero dizer com isso é que sexo não é só genitália (pelo menos para mim).

Homens e mulheres vão muitíssimo além de um pênis ou uma vagina. As relações entre eles, também.

Acho que o sexo já começa no olhar e está bem presente no beijo e, claro, nas carícias.

Além de tudo isso, existe o amor e o respeito pelo outro. A admiração pelo companheiro multiplica as possibilidades de sensualidade.

Com amor, tudo é mais intenso e faz mais sentido.

Amor ao natural. Longe do universo irreal da pornografia e de sua falsa promessa de prazer inacabável porque o prazer de amar é o melhor.

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