Titica Alves une poesia e teatro em seus trabalhos poéticos

 


Mestra da cultura de Salgueiro, eleita em votação promovida pela Prefeitura, com recursos da Lei Aldir Blanc, Titica Alves é mais conhecida como diretora e atriz, à frente do Grupo de Teatro Popular de Salgueiro, fundado por ela, na década de 90. As inúmeras peças, entre as quais, A Paixão de Cristo, aguardada, anualmente, pela população, e as premiações em dois anos consecutivos no edital Pernambuco das Paixões, conferiram-lhe o reconhecimento em toda a região.


Para além da atriz e diretora, no entanto, existe uma faceta menos conhecida, mas, vivida com igual envolvimento e intensidade – a de poetisa, declamadora e cordelista. “A poesia me encontrou primeiro que o teatro”, relaciona Titica que, aos 9 anos, recitou um cordel, escrito por ela, sobre os jogos escolares da cidade. “Foi motivo de muito orgulho para meu pai que mandou meu irmão datilografar e passar no carbono para ele mostrar aos amigos e compadres”.


É possível encontrá-la recitando em locais públicos ou em grupos de poesia como o Papa Cultura, no Cabo de Santo Agostinho, que se reúne, periodicamente. “Tenho vídeos feitos em todos os estados do Brasil por onde eu andei, com poesias sobre aquele lugar e a situação de lá - no Cristo Redentor, no Pão de Açúcar, nos ministérios, em Brasília”. Ela, ainda, se apresenta, todas as últimas sextas-feiras do mês, na Noite da Poesia, organizada pela Academia dos Poetas do Sertão Central de Pernambuco, em Salgueiro, e por meio da qual publicou, em 2 coletâneas, uma amostra do seu trabalho.


É notável a influência do teatro em suas performances poéticas, já que utiliza a interpretação como elemento fundamental: “A poesia, a música, o teatro, tudo se mistura. Não existe teatro sem música e acho que, também não existe teatro sem poesia. Eu acho que é tudo uma coisa só”.


Conheça um pouco da poesia de Titica Alves presente na coletânea dos Poetas do Sertão Central:


Desde bem pequenininha

Tenho língua afiada

E nunca fico calada

Mas sempre andei na linha

Nem gosto de picuinha

Sempre ajudo meu irmão

Não gosto de humilhação

Nem tampouco prepotência

“Eu me chamo resistência

Como os cactos do sertão”


Mote e glosa: Titica Alves



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